sábado, 31 de maio de 2014

Entrevista com Jakson Keles

      Mais um poeta para colorir nossos olhos! Ou seria, deixar nossa visão em preto e branco? Alimentar a dor da perda, da saudade... Da melancolia...
Expressar sentimentos em forma de poemas é uma missão para ele, o pássaro preso, escritor do livreto Rastros na Areia. Jakson Keles!



Por que escrever poemas?
Porque esta é a única razão que encontro de atingir os sentimentos alheios, de desaguar o que se acumula dentro de mim. Confesso que sem os versos a vida seria um tédio, um amontoado de razões insignificantes.
O que te motiva a continuar nessa jornada árdua, que é a vida de um escritor brasileiro?
A vasta emoção que existe dentro de mim de estar sempre fazendo o que amo, independente se terei êxito aos olhos do mercado literário. Se não existisse as dificuldades, eu não saberia o que realmente me faz feliz.
Se você fosse um pássaro, qual seria?
Seria um gavião!  Admiro a capacidade que ele demonstra em conhecer o mundo dos homens e sobreviver sempre distante dele.
Conte-nos um pouco sobre o seu poema preferido e, sobre a emoção ao receber aquela máquina datilográfica, cumplice das suas horas de inspirações.
Amo todos os meus escritos. Mas me identifico com o poema intitulado Uma Triste Canção. Este denota a trajetória de um pássaro preso, que em seu canto traduz a angustia de estar preso em uma gaiola, na feliz sensação de entender como é a vida em gozo da liberdade. Foi justamente deste poema que surgiu a frase, que hoje é amplamente divulgada no Brasil. “PÁSSARO PRESO NÃO CANTA...IMPLORA POR LIBERDADE”. 
A máquina datilográfica, esta é para mim, o presente mais valioso do mundo, chegou justamente na época em que eu fazia manuscritos literários e os guardavam em uma caixa de sapato, em baixo da minha cama. Aconteceu em 2005, em uma das muitas visitas que ainda costumo fazer as livrarias, me depararei com uma entrevista numa revista de circulação nacional, com o editor da editora sextante, hoje falecido e jamais esquecido por mim. Amei a entrevista e fiz uma carta com diversas críticas sobre o tema abordado... Para a minha surpresa, em poucos dias recebi a carta reposta do Geraldo Jordão Pereira, um envelope gigantesco e registrado, destinado ao Sr. Jakson keles. A partir daí fiquei conhecido nos correios da minha cidade, se tratava de vários livros e uma carta que, guardo até hoje, após esta carta houve muitas outras e, ao descobrir que o meu sonho era uma máquina datilográfica, o Geraldo não contou espaço, me enviou diretamente a máquina, relíquia. Ainda lembro quando esta outra encomenda gigantesca chegou, levei as pressas a casa de um amigo de escola que também é poeta. Lá abrimos a encomenda e nos abraçamos pulando em círculo e liberando uns gritos de alegria e emoção. Caramba! Só em lembrar fico emocionado. Um êxtase emocional que nem dá para descrever...






Rastros na areia, um livreto de 55 páginas, traduz a dor guardada em seu peito? Como é olhar para o livro impresso e saber que dentro daqueles universos de emoções vivem sentimentos loucos para voarem.
Traduz sim, toda a dor que as pessoas me fizeram sentir e a mesma que o tempo me ensinou a suportar. Tanto que hoje os meus escritos literários são diferentes. Mas abrangendo o mesmo sentimento. Até pensei em arquivar este projeto e começar publicando os escritos que tenho na atualidade. Mas, estaria sendo incompreensivo para comigo mesmo, iria está tentando apagar a parte mais importante da minha vida. Acredito que fui bem sucedido em decidir publica-lo, o mesmo teve uma boa aceitação, desta primeira edição consegui vender 80%, 10 % fiz doações e, os demais está em minha biblioteca. Até fui questionado por uma leitora quando estava no comércio, O porquê dos meus escritos, deram tamanha ênfase a dor? Todos os que leram fizeram ótimas críticas.
A emoção de enxergar em minha biblioteca uma obra pessoal é surreal, é a maneira mais explicita de sentir e viver um sonho realizado, percebo que as minhas emoções aos poucos estão alçando voos, só não me rendo a preocupação de querer que a mesma obtenha espaço nas prateleiras literárias do mundo.
O que podemos esperar de Retalhos de Cetim seu próximo livro? O que ele busca compartilhar conosco?
Podem esperar diversas reações sentimentais, desta vez a melancolia será companheira de outras emoções.
Terei o prazer de compartilhar com todos a liberdade da alma, na essência pura de tomarem posse do que escrevo...
Escreva uma frase que expresse quem é JAKSON KELES


 “ PÁSSARO PRESO NÃO CANTA...IMPLORA POR LIBERDADE ”

Conheça mais sobre a vida desse talentoso poeta que busca ser lido, como todos os escritores iniciantes brasileiros.

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